Falta de vacinas atinge 56% dos municípios do Estado, aponta CNM

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Unidade Básica de Saúde São João está sem a vacina contra a Varicela há pelo menos três meses, segundo a direção| Foto: Adriano Abreu

Um levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) aponta que 64,7% das cidades brasileiras relataram falta de vacinas para imunizar, situação que afeta principalmente o público infantil. Na realidade do Rio Grande do Norte, o estudo mostra que 56% dos municípios potiguares constataram esse desabastecimento de pelo menos um imunizante na rede pública, 6ª maior porcentagem do Nordeste. A reportagem da TRIBUNA DO NORTE visitou a Unidade Básica de Saúde (UBS) São João, no bairro do Tirol, em Natal, durante esta quarta-feira (18) e constatou a falta da Varicela há pelo menos três meses.


De acordo com a direção da unidade, desde o encerramento do último lote da Varicela, o pedido foi realizado à Prefeitura do Natal. Por sua vez, o executivo municipal teria sinalizado à Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), que teria retornado informando a falta dessa vacina em todo Rio Grande do Norte. A Varicela, conhecida popularmente como catapora, é uma doença altamente contagiosa.


A pendência do imunizante Varicela na rede pública foi líder no levantamento do CNM, situação relatada por pelo menos 1.210 municípios brasileiros. Desde 2013, o Ministério da Saúde incluiu essa vacina na rotina tetra viral para crianças entre 15 meses e dois anos de idade.


Segundo Maria Eliza Garcia, presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do RN (COSEMS-RN), além da Varicela, a falta da Vacina Antirrábica também é uma realidade no estado.

“Estamos vivendo um momento preocupante para cumprimento de vacinação de acordo com as obrigações de percentual de cobertura”, afirma. De acordo com Maria Eliza, o mês de outubro será ainda mais crítico, pois já houve uma sinalização do Ministério da Saúde quanto à falta das vacinas de Febre Amarela e da Difteria, Tétano e Pertussis (DTP).


“Estamos fazendo um documento junto com a Sesap para o Ministério da Saúde solicitando providências e também mandaremos para o Ministério Público dando ciência da falta de vacinas para que não sejamos notificados pela Justiça. Neste momento teremos baixa cobertura destas vacinas”, explica a presidente do COSEMS-RN. A falta de vacinas também foi tema de uma reunião remota entre os municípios e o Governo do Rio Grande do Norte durante a manhã desta quarta-feira.


Outras vacinas relatadas pelos municípios brasileiros em falta são: Covid Criança (inativada XBB laboratório Moderna) com 770 relatos; Meningocócica C com 546; Tetraviral (Sarampo, caxumba, rubéola e varicela) com 447; Hepatite A com 307; e DTP com 288.


Nacionalmente, Santa Catarina apresenta a maior falta de vacinas, relatado por 83,7% das cidades. No ranking regional, o desabastecimento do Nordeste é liderado por Pernambuco (80,6%), Ceará (78,7%) e Maranhão (76,7%). Em sequência aparecem Bahia (66,9%), Alagoas (65,5%), Rio Grande do Norte (56%), Sergipe (51,7%), Paraíba (50%) e Piauí (44%).


Após constatar os dados do levantamento evidenciando a falta de vacinas em 1.563 cidades brasileiras, o Conselho Nacional de Municípios oficiou o Ministério da Saúde para cobrar providências para sanar a falta de vacinas.

Tribuna do Norte

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